Trap (2024) — Review.

Quem ainda cai nas armadilhas do Shyamalan?

Fausto
4 min readAug 13, 2024

Fica até chato assistir um filme novo de M. Night Shyamalan, por que sempre vamos espera algum plot twist no final, por mais idiota e sem nexo que seja, vamos ficar naquela espectativa que alguma reviravolta vai ocorrer perto do fim. Tem gente que gosta, por isso o diretor já possui uma fanbase e continua a criar mais e mais histórias de suspense.

Desde o seu auge em O Sexto Sentido (1999) e seu declinio em A Vila (2004) o diretor teve um novo fôlego em Fragmentado (2016), tudo para voltar a mediocridade em seus projetos seguintes. Mesmo assim eu fico na esperança de um novo clássico, de que o diretor crie algo pelo menos justo, por isso ainda não desisti dele, mesmo depois da Dama do Lago (2006), então será que A Armadilha (2024) vale o plot?

Armadilha é um filme de suspense psicológico americano de 2024 escrito, dirigido e produzido por M. Night Shyamalan. Estrelado por Josh Hartnett, Ariel Donoghue, Saleka Night Shyamalan, Hayley Mills e Alison Pill, segue um serial killer escapando de um bloqueio policial enquanto assistia a um show com sua filha.

Toda a ambientação dentro do show eleva a atmosfera da história, nos vemos dentro de um concerto pop onde Shyamalan faz um trabalho incrivel com as luzes e o closes no nosso vilão protagonista. Existe então a tensão de um triller legitimo, algo que o diretor criou como uma marca, uma pena mesmo que ele é o Stephen King dos filmes, nos minimos detalhes, um bom contador de histórias de pessoas normais com vidas até que banais, que derre pente entram em um turbulhão de loucura inexplicavel.

As pessoas dessas histórias são sugadas por esse desconhecido, as platéias se envolvem e clamam por um final, que possui três conclusões, um final covarde, um final desprezivel e um final confuso, por que o autor não soube como terminá-lo. Raramente existe algo que realmente traga um desfecho com coragam e inovação.

A Armadilha tem esse mesmo engasgo de roteiro, quando toda a tensão dentro do estádio nos leva a acreditar que podemos esperar alguma coisa tensa, eles saem do ambiente e o longa inteiro já dá sinais de desgaste, quando o personagem Cooper (Josh Hartnett) leva a sua filha e a paródia da Taylor Swift para fora do ambiente que pelo menos no trailer e sinopse é o foco e o que dá ideia da “armadilha” da narrativa, temos um entra e sai de gato pega rato sem suspense nenhum, o filme se perde totalmente e só esperamos por um dos finais de sempre.

Nunca fui fã do Josh Hartnett, sua cara de americano idiota sempre me fez virar a cara, até quando o filme, mesmo com a sua participação é de algum interesse. Só que aqui, o ator se sente tão leve no papel, que você clama pelos seus closes, tanto nas suas sobrancelhas quanto no seu sorriso a lá Bates. Você torce para o seu psicopata matar todos aqueles personagens mediocres que interagem com ele. Principalmente a filha do Shyamalan que faz a estrela pop, ela só não é pior por que tem poucas cenas. O filme tem um paralelo com a atuação de Hartnett, a história fica cada vez pior e a atuação dele cada vez melhor.

Shyamalan no pitching para esse filme disse numa entrevista, que iria fazer um “Silêncio dos Inocentes dentro do concerto da Taylor Swift”, dito isso o que mais podemos pensar desses produtores de Hollywood? Desistir, por que esse cara vai continuar fazendo esses filmes mediocres com plot twists fracos eu falando bem ou mal. M. Night Shyamalan e a maioria desses diretores médios, vão continuar se repetindo e trabalhando com a cartilha Hollywood debaixo de seus braços, sempre um final feliz ou perto disso. Imundando nossas salas com essas peças fracas e nos inibindo de assistir nosso próprio cinema enquanto comemos lixo.

--

--

Fausto

Análises frias, as vezes com um pouco de ódio e profundidade ousada sobre Cinema, livros e hq´s🎬📝🖊️ | intagram: @CineFausto7