Longlegs (2024) — Review.

O que é que há! Velhinho? Posso entrar na sua casa e matar sua familia?

Fausto
3 min readSep 3, 2024

Quando vou assistir algum filme com a minha irmã e a minha sobrinha, nós ficamos como a maoria das pessoas e levamos horas para escolher alguma coisa por entre os streamings, mas sempre paramos no terror. Por isso antecipei Longlegs. Eu e outros milhares de fãs do terror, o hype se tornou imenso, o filme pareceu um acontecimento diante a um péssimo Julho e Agosto, onde normalmente os bloockbusters saem, o terror tomou o protagonismo. Por vezes essa podeser uma armadilha,por isso realmente vale a pena ou Longlegs só é muita propaganda.

A agente do FBI Lee Harker é convocada para reabrir um caso arquivado de um serial killer. Conforme desvenda pistas, Harker se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino, lançando-a em uma corrida contra o tempo.

Comparar o longa com Silêncio dos Inocentes (1991) ou Seven (1995) já é o básico, por onde você vai e o que assiste, tudo que engloba FBI e assassinos em série uma hora ou outra vai ser combinado com esses dois longas. Onde Longlegs acerta é realmente no ambiente intimista e pesado, levando tudo muito num nivel muito melancolico, que se faz o terror. O diretor Oz Perkins constrói tudo isso com um zoom lento, alongando a profundidade e criando planos com sempre um easter egg ao fundo. Na prática a fotografia e a trilha compoem brilhantemente e o diretor usa os jump scares que se transformaram em um péssimo habito no cinema de terror, de um modo diferente, tratando eles com um acesso ao entendimento do roteiro.

O assassino ou não, o tal de Longlegs de Nicolas Cage em sua supremacia, o ator possui um segundo auge em sua carreira, pós oscar quando se tornou um icone da velha Hollywood, Cage agora é uma figura pop, um ser cult que todos esperam gritar e xingar. O personagem segundo Cage é uma personificação da sua própria mãe, que era diagnosticada com depressão e esquizofrenia e por vezes assustava seu filho com forte maquiagem. O Longlegs de Cage tem o exagero no visual muito mais do que na atuação e é assustador em sua esquisitice.

A detetive de Lee Hacker de Maika Monroe (It Follows — 2014) é o que realmente carrega o filme pra mim, muito se fala sobre o Nicolas Cage albino, mas a personagem de Maika é quase sem palavras, tudo vai pelos gestos e os olhares que só nos trazem muita tristeza e depressão. Alicia Witt (88 Minutos —2007 ) se transforma como a mãe da agente e Kiernan Shipka (Dezzesseis Facadas — 2023) supreende em uma aparição especial.

Não acredito na falácia do Paradigma de Syd Field, em que todo filme possui 3 atos, tudo isso foi criado para ele vender livros e a velha Hollywood introduzir regras como as notas musicais para a musica. Só que a parte final do longa destrói toda a construção feita. Todo o medo, toda a dramatização cai por terra depois da prisão do suposto assassino, tudo se torna uma piada do que tinham criado em seu inicio, não que eu esteja brigando por causa do sanatinismo e qualquer coisa paranormal, mas parece outro filme, outra história. não se incaixa e nem é tão interessante, sempre fui contra spoilers, por isso tenho que parar, mas a sensação é irritante.

O terror tem tido muitas novidades, dizem que é por causa da A24, mas é só uma empresa e mais nada, a gratitude é que as pessoas estão tendo muitos pesadelos e oportunidade de criar alguma coisa sempre mais nova. Longlegs faz parte dessa eração de filmes, o hype até que foi real e na verdade foi muito bom, ainda mais numa época sem twitter.

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Fausto

Análises frias, as vezes com um pouco de ódio e profundidade ousada sobre Cinema, livros e hq´s🎬📝🖊️ | intagram: @CineFausto7