Horizon: An American Saga — Chapter 1 (2024) — Review.

Parece uma série do History Channel, só que sem professores e um pouco de Kevin Costner.

Fausto
4 min readJul 21, 2024

Qualquer que seja a qualidade desse longa, lançado primeiramente no festival de Cannes com uma duração de exatas 3 horas, deve ser festejado. Kevin Costner se agarrou a uma ideia, pegou o seu dinheiro e produz, dirigi e claramente atua neste épico do velho oeste sobre a conquista do mesmo. Um projeto arrojado que tem tudo para não dar certo, já que o ator quer fazer uma quadrilogia sobre um tema que não leva ninguém mais as salas de cinema há décadas, talvez desde Unforgiven (1992) e por que não Brokeback Mountain (2006). Por toda essa audácia e visibilizando um fracasso, Horizon é um bm filme?

Acompanhe a história de como o Velho Oeste foi conquistado — e perdido — através do sangue, suor e lágrimas de muitos. Abrangendo 15 anos antes, durante e após a Guerra Civil de 1859 a 1874, embarque numa viagem emocional através de um país em guerra consigo mesmo, vivida através das lentes de famílias, amigos e inimigos, todos tentando descobrir o que realmente significa ser o Estados Unidos da América.

Não consegui entender muita coisa, acho que nada deve e foi tratado para ser entendido de alguma forma. A primeira hora é literalmente ação do começo ao fim, uma cidade ou vila é atacada por indigenas até ser dizimada. Lembrando muito o começo do clássico de John Ford, The Searchers (1956). O clima está posto a mesa, só que como se trata de um longa de 3 horas, tudo pode acontecer e acontece. O frenesi decai e somos apresentados aos personagens que vão dar continuidade a história, ou pelo menos tentam nos apresentar.

Temos vários nucleos como uma novela de Glória Perez, dos ricos ao bar da Dona Jura. A sobrevivente do massacre indigena Frances Kittredge (Sienna Miller) e a sua filha que ficam aos cuidados do exército da União. A filha dela claramente de menor dá bola pros soldados muito mais velhos, uma visão muito bizarra, já a Sienna Miller recém viuva cai por amores ao correto e nobre Tenente Trent Gephardt ( interpretado pelo Avatar Sam Worthington), tipico de novela com a bandeira norte-americana brandando ao fundo.

O Kevin Costner aparece depois de 1 hora de filme, seu personagem vende cavalos e algo mais, só que não da pra saber. Ele se envolve com uma protistuta e mata o possivel vilão dessa primeira parte, um playboy chato que aparece no filme pra encher o saco. Do nada então o personagem do Costner tem que fugir da familia de assassinos desse pseudo-vilão chato pra salvar a sua vida e a da prostituta em que ele meio que se apaixonou.

Corta para uma diligência que ruma para esse tal de Horizon (que eu já vou explicar) nessa diligência somos apresentados a quase doze personagens, mas nenhuma história de valor, vêmos até alguns atores com rostos conhecidos, tipo a menina da A Órfã (2009) a atriz Isabelle Fuhrman, tem o Luke Wilson sendo um lider meio cagão e um casal folgado de ingleses, com uma atuação rápida e certeira da atriz Ella Hunt, com uma voz rouca penetrante. Fora outros personagens que aparecem quase menos de 1 minuto de tela, tudo é muito feito por cima como um primeiro e longo capitulo de novela, só que não sabemos se vai ter um segundo capitulo.

Ao contrário que Martin Scosesse fez em Killers of the Flower Moon (2023) onde mesmo tendo atores norte-americanos como principais a voz do povo indigena foi contada. Aqui Costener tenta, mas fica como um filme de ficção cientifica em que os alienigenas que falam outra lingua estão planejando seus planos maquiavélicos contra os mocinhos brancos e as cenas só funcionam para a gente ver como funciona a vida desses vilões estranhos.

A ideia e o ambiente lembram uma daquelas séries ruins que recontam alguma parte da história do History Channel com péssimas narrativas e dublagens. Tudo intercalado com professores que mais parecem atores dando opiniões sobre o que esta acontecendo enquanto assistimos uma cena mal iluminada, com atuações quase sem audio e roupas que parecem ter saido de uma loja a fantasia. O que posso dizzer de positivo é a maquiagem, como a Sienna Miller ainda está tão jovem e preciso saber a cor certinha da tita do cabelo do irmão Wilson, ele parece 10 anos mais jovem. Tudo muito bonito e bem feito nesse quesito.

Finalmente o que é Horizon? Bem, eles até tentam explicar através de um posteres que passam pelas mãos de todos esses personagens, parece ser uma terra prometida, parece ser o futuro da américa, parece que não. Não da pra entender. Bem, sem plot o problema é seu pra entender. Até ai. Kevin Costner não é nenhum Cecil B. Demille. Teve uma coragem de fazer tudo isso, mas na edição final você vê que poderia ser uma série da Amazon, tudo jogado para ser um épico, mas acaba sendo uma promessa, que se rolar o autor vai criar vários problemas do por que não deu certo e se não acontecer, vai ser igual a um Snyder e dizer que seria realmente um épico que nunca aconteceu.

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Fausto

Análises frias, as vezes com um pouco de ódio e profundidade ousada sobre Cinema, livros e hq´s🎬📝🖊️ | intagram: @CineFausto7